As eleições autárquicas são sempre dos mais disputados actos eleitorais. Não só os candidatos são mais próximos das populações do que em outras eleições, como as propostas que defendem afectam o quotidiano dos eleitores. Desde o saneamento público, à limpeza dos caminhos, passando pela manutenção dos espaços verdes, as propostas serão muitas (nestas e em outras áreas), variadas e certamente para todos os gostos.
Os actuais executivos deveriam ser avaliados: Cumpriram o programa eleitoral que os levou a vencer as eleições anteriores ou concorrem sucessivamente com as mesmas propostas não cumpridas, esquecendo a sua concretização após o acto eleitoral? Conseguiram inverter a fuga de população e o fecho de empresas ou, pelo contrário, essa foi uma constante dos últimos 4 anos? Seria importante para as populações locais que as recandidaturas esclarecessem o que não foi realizado e os motivos que o impediram.
Mas as eleições autárquicas são, regra geral, mais do que propostas, projectos ou objectivos estratégicos. Há quem escrutine o candidato pela aparência, pela presença em festas ou pela simpatia, preterindo muitas vezes de valores bem mais relevantes como a idoneidade, a competência e a capacidade de decisão. Estes são os factores que me parecem fulcrais para a qualidade da representatividade dos mandatos autárquicos a favor dos cidadãos.
Independentemente das motivações para votar, não podemos esquecer que se tratam de eleições que vão eleger os representantes das populações nas autarquias locais nos próximos 4 anos. Votar não deve ser um acto de ocasião pouco reflectido.
Felizmente o voto é secreto e isso permite que todos os cidadãos exerçam o seu direito nas mesas respectivas e que o façam em consciência, elegendo o que consideram ser o melhor candidato para representar a sua terra tendo em consideração o seu projecto e a fiabilidade para o executar.
As eleições autárquicas devem fomentar a discussão entre diferentes ideias para um mesmo concelho e suas freguesias. O melhor voto é aquele que for alheio ao ruido criado como forma de estratégia eleitoral. E, num cenário de crise em Portugal e na Europa, o melhor voto será também para o candidato mais credível que apostar nos recursos endógenos da sua terra para dinamizar a realidade socioeconómica dos seus concidadãos.
Independentemente do vencedor, esperemos que os próximos 4 anos possam representar uma nova etapa para Portalegre e para o orgulho dos portalegrenses! As freguesias, a cidade e o Alto Alentejo bem precisam de uma capital de Distrito dinâmica para enfrentar os desafios do futuro!
artigo publicado também no blog Dinamizar Portugal