Inúmeras intervenções públicas têm defendido o recurso ao investimento como forma de ultrapassar a crise económica que enfrentamos. Fala-se que devemos investir em obras públicas, nas empresas, que a economia tem de ser dinamizada e até já se ouviu dizer que o deficit devia deixar de ser preocupação essencial na gestão das contas públicas.
Sendo verdade que a Economia necessita de um choque exógeno e que o “Bom Investimento” pode ser a ferramenta de eleição, não é menos verdade que o “Mau Investimento” será seguramente a causa de maiores desigualdades internas e externas.
Mas qual a diferença entre estes dois conceitos?
Sendo verdade que a Economia necessita de um choque exógeno e que o “Bom Investimento” pode ser a ferramenta de eleição, não é menos verdade que o “Mau Investimento” será seguramente a causa de maiores desigualdades internas e externas.
Mas qual a diferença entre estes dois conceitos?
Um Bom Investimento permite um retorno superior ao capital investido, gerando economias de escala. Já um Mau Investimento tem um impacto económico e/ou social negativo face ao capital inicial, produzindo deseconomias de escala. Adoptando uma outra linguagem, o Bom Investimento promove o lucro e o bem-estar-social, o Mau gera o inverso.
Antes de fazer uma opção de investimento, devemos ter a noção de que qualquer escolha tem um custo de oportunidade. A utilização de crédito ou de poupanças para um determinado fim, influencia as restantes opções de investimento, de consumo ou de poupança. A aplicação de recursos nos dias de hoje irá afectar também as decisões de investimento das gerações vindouras. Com Mau Investimento podemos estar a hipotecar a capacidade de desenvolvimento da economia no futuro. Não basta portanto gastar dinheiro para ultrapassar a crise económica. O investimento não é todo igual e muito menos é igual ao consumo.
Esperemos que as famílias, os empresários e os órgãos públicos (Governo, Autarquias, Institutos Públicos) saibam optar pelas políticas de Bom Investimento, sem comprometer o futuro. Não será fácil ultrapassar esta crise económica mas será mais difícil progredir se as opções de investimento forem desajustadas, incoerentes e ineficientes. O bem-estar-social depende dessas mesmas decisões!
Num ano com três actos eleitorais, em que se perspectiva muito despesismo com marketing e inaugurações por parte do Governo e das Autarquias, façamos votos que os decisores políticos se preocupem mais com o País do que com o número de votos que poderão alcançar. Afinal de contas, todos assim o defendem! Será que cumprem?
Nuno Vaz da Silva, artigo publicado em 11/02/2009 in "Alto Alentejo"
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