Ao olhar para o mapa das acessibilidades em Portugal continental, conseguimos ter uma das muitas explicações para os motivos do subdesenvolvimento de Portalegre e do Norte Alentejano. Não é fácil conformarmo-nos com o facto de Portalegre ser a única capital de Distrito que não é contemplada pela rede de auto-estradas mas assim acontece. (A construção da auto-estrada Sines – Beja vai ser iniciada até Junho de 2009 e no dia 24 de Novembro, o Senhor Primeiro Ministro anunciou a nova Auto-Estrada Vila Real – Bragança – únicas capitais de Distrito que ainda estavam na mesma situação de Portalegre). Muitos dirão que é sinónimo da reduzida preocupação que o Governo Central tem com esta zona do país, outros argumentarão que os governantes e os representantes da população local e regional não têm conseguido reivindicar este importante activo.
Dado que não pretendo, nesta ocasião, identificar os culpados, proponho-me apresentar sete motivos para que Portalegre tenha uma auto-estrada:
Igualdade: Não faz sentido que os cidadãos de Portalegre e os visitantes desta região não possam usufruir das mesmas acessibilidades que utilizam quando se deslocam a outras zonas do país. Num contexto em que temos duas ou mais auto-estradas a servir uma localidade (ex: Leiria), é inacreditável que continuemos aqui sem uma única via deste género.
Segurança: Viajar num Itinerário Principal (como o IP2) é bastante mais perigoso do que viajar numa via com quatro faixas e um separador central. Embora a velocidade permitida seja também inferior, num IP os riscos associados a um eventual acidente são potencialmente maiores.
Desenvolvimento: Se um empresário tivesse de escolher entre Castelo Branco, Portalegre, Évora ou mesmo Elvas, qual a cidade que escolhia? A resposta a uma pergunta destas exige a análise de um conjunto de factores, entre os quais as acessibilidades e a facilidade de ligação às plataformas logísticas. Numa cidade sem auto-estrada, o escoamento dos produtos é mais difícil e mais demorado. Assim, num dos aspectos, Portalegre já está em desvantagem competitiva.
Para além disso, hoje em dia é mais rápido fazer a viagem Lisboa – Porto ou Lisboa – Algarve do que Lisboa – Portalegre, o que é um mau sinal acerca do desenvolvimento integrado que se deseja para todo o território.
Turismo: O Norte Alentejano é uma região com forte potencial turístico. No entanto, para que o turismo se desenvolva, é preciso fazer com que os visitantes cheguem rapidamente aos locais de interesse, através de transportes públicos frequentes (o que actualmente não acontece) e/ou boas redes de comunicação. Em Portalegre, para além da inexistência de auto-estrada, a rede ferroviária é também de menor qualidade face a outras regiões do país, o que contribui para a reduzida captação de turistas face às características da zona.
Estratégia: Portalegre está na rota geográfica mais rápida para se chegar de Lisboa a Cáceres e desta a Madrid. Se visualizarmos um mapa da Península Ibérica e se traçarmos uma linha recta entre estas três cidades, veremos que Évora, Castelo Branco ou mesmo Elvas ficam bem mais distantes dessa linha do que Portalegre.
Economia: Hoje em dia, as redes de comunicação são essenciais para a existência de mercados económicos activos e com capacidade para gerar riqueza. Isso implica que haja tecido empresarial instalado com indústria, comércio e agricultura adaptada às novas tecnologias. Numa cidade que se encontra em desvantagem comparativa, o dinamismo económico no âmbito de uma sociedade em globalização tende a diminuir.
Política: A principal função dos políticos é corresponder às aspirações dos seus co-cidadãos. A auto-estrada não representa apenas uma aspiração mas também e principalmente uma necessidade em prol da sustentabilidade desta região, da capital de distrito e, desta forma, da sustentabilidade dos próprios cargos político-administrativos regionais e locais.
Muitos outros argumentos se poderiam utilizar (alguns também contrários à instalação de uma rede viária desta natureza). Mas importa reunir todos eles e efectuar uma análise custo-benefício. Se, neste momento, Portalegre é a única capital de Distrito sem auto-estrada, será, um dia, a última a ter tido este activo. Desse estigma já não nos livramos, com inevitáveis prejuízos estruturais.
Dado que não pretendo, nesta ocasião, identificar os culpados, proponho-me apresentar sete motivos para que Portalegre tenha uma auto-estrada:
Igualdade: Não faz sentido que os cidadãos de Portalegre e os visitantes desta região não possam usufruir das mesmas acessibilidades que utilizam quando se deslocam a outras zonas do país. Num contexto em que temos duas ou mais auto-estradas a servir uma localidade (ex: Leiria), é inacreditável que continuemos aqui sem uma única via deste género.
Segurança: Viajar num Itinerário Principal (como o IP2) é bastante mais perigoso do que viajar numa via com quatro faixas e um separador central. Embora a velocidade permitida seja também inferior, num IP os riscos associados a um eventual acidente são potencialmente maiores.
Desenvolvimento: Se um empresário tivesse de escolher entre Castelo Branco, Portalegre, Évora ou mesmo Elvas, qual a cidade que escolhia? A resposta a uma pergunta destas exige a análise de um conjunto de factores, entre os quais as acessibilidades e a facilidade de ligação às plataformas logísticas. Numa cidade sem auto-estrada, o escoamento dos produtos é mais difícil e mais demorado. Assim, num dos aspectos, Portalegre já está em desvantagem competitiva.
Para além disso, hoje em dia é mais rápido fazer a viagem Lisboa – Porto ou Lisboa – Algarve do que Lisboa – Portalegre, o que é um mau sinal acerca do desenvolvimento integrado que se deseja para todo o território.
Turismo: O Norte Alentejano é uma região com forte potencial turístico. No entanto, para que o turismo se desenvolva, é preciso fazer com que os visitantes cheguem rapidamente aos locais de interesse, através de transportes públicos frequentes (o que actualmente não acontece) e/ou boas redes de comunicação. Em Portalegre, para além da inexistência de auto-estrada, a rede ferroviária é também de menor qualidade face a outras regiões do país, o que contribui para a reduzida captação de turistas face às características da zona.
Estratégia: Portalegre está na rota geográfica mais rápida para se chegar de Lisboa a Cáceres e desta a Madrid. Se visualizarmos um mapa da Península Ibérica e se traçarmos uma linha recta entre estas três cidades, veremos que Évora, Castelo Branco ou mesmo Elvas ficam bem mais distantes dessa linha do que Portalegre.
Economia: Hoje em dia, as redes de comunicação são essenciais para a existência de mercados económicos activos e com capacidade para gerar riqueza. Isso implica que haja tecido empresarial instalado com indústria, comércio e agricultura adaptada às novas tecnologias. Numa cidade que se encontra em desvantagem comparativa, o dinamismo económico no âmbito de uma sociedade em globalização tende a diminuir.
Política: A principal função dos políticos é corresponder às aspirações dos seus co-cidadãos. A auto-estrada não representa apenas uma aspiração mas também e principalmente uma necessidade em prol da sustentabilidade desta região, da capital de distrito e, desta forma, da sustentabilidade dos próprios cargos político-administrativos regionais e locais.
Muitos outros argumentos se poderiam utilizar (alguns também contrários à instalação de uma rede viária desta natureza). Mas importa reunir todos eles e efectuar uma análise custo-benefício. Se, neste momento, Portalegre é a única capital de Distrito sem auto-estrada, será, um dia, a última a ter tido este activo. Desse estigma já não nos livramos, com inevitáveis prejuízos estruturais.
Publicado em 14/01/2009 in "Alto Alentejo"
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